domingo, 10 de maio de 2009
Dia 22 - Sképtomai
Trechos do livro TEMAS DE FILOSOFIA, de Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins:
“O mito nasce do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. O homem, à mercê das forças naturais, que são assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. As coisas não são mais matéria morta, nem são independentes do sujeito que as percebe. Ao contrário, estão sempre impregnadas de qualidades e são boas ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou ameaçadoras e repelentes. Assim, o homem se move dentro de um mundo animado por forças que ele precisa agradar para que haja caça abundante, para que a terra seja fértil, para que a tribo ou grupo seja protegido, para que as crianças nasçam e os mortos possam ir em paz.
O pensamento mítico está, então, muito ligado à magia, ao desejo, ao querer que as coisas aconteçam de um determinado modo. É a partir disso que se desenvolvem os rituais como meios de propiciar os acontecimentos desejados. O ritual é o mito tornado ação.
...
Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.
Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes como RAMBO, OS JUSTICEIROS e outros, passam a encarnar o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente porque o mundo moderno, com inflação, seqüestros, violência e instabilidade no emprego, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro.
No campo político, certas figuras são transformadas em heróis, pregando um modelo de comportamento que promete combater, além da inflação, a corrupção, os privilégios e demais mordomias. ...
Também artistas e esportistas podem ser transformados em modelos exemplares: são fortes, saudáveis, bem-alimentados, têm sucesso na profissão – sucesso que é traduzido em reconhecimento social e poder econômico -, são excelentes pais, filhos e maridos, vivem cercados de pessoas bonitas, interessantes e ricas. Como não mitificá-los?”
(como esse livro é antigo, o grande vilão da vez era a inflação, hoje, podemos falar da crise dos subprime mortagages)
Quando se fala em religião (que significa “re-ligar”), geralmente colocam-se mil conceitos em uma mesma panela. Acho importante separar a adoração a mitos e a busca por um sentido na vida através do conhecimento de Deus. Como pode ver no texto, o mito está ligado à magia, o ídolo tem um papel que é o de dar segurança ao homem. Acredito que a ligação com Deus é a resposta, é o sentido de nossas vidas e não apenas um provedor do mais recente desejo.
A pergunta para pensar é:
Você anda seguindo o que o seu ídolo manda?
Até AMANHÃ!
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