É fato que não vivemos numa teocracia, aliás, nos países de pleno desenvolvimento, muitas vezes a idéia de Deus parece algo um tanto inadequado.
Contudo o que as pessoas não se dão conta é que vivemos num mundo virtual de constante adoração, sacrifício e recompensa.
Mesmo que tudo isso não passe de uma brincadeira de mal gosto, é preciso sacrificar para obter e, assim, ter a felicidade garantida.
Perguntas para pensar:
1. O que você está matando em nome desse “deus”? Saúde? Mulher? Marido? Filhos? Maternidade? Paternidade?
2. Você está feliz nesse culto/adoração?
Sugestão de leitura:
- Sucesso
- Espiritualidade no Trabalho
- Sobre depressão:
“Por exemplo, a chamada depressão, doença da alma, atinge hoje permanentemente parcelas elevadas da população (fala-se de 15-20% dos indivíduos rotativamente). Aquela que um tempo era denominada a "paixão triste", transformou-se em bloqueio da ação e da iniciativa, diante da qual se reage com crescente recurso às curas médicas e especialmente aos anti-depressivos , dos quais o Prozac se tornou o emblema. Nos Estados Unidos, o uso maciço de Ritalina pelos jovens que apresentam sintomas de agitação testemunha medicalização cada vez mais generalizada dos distúrbios comportamentais. Na época pós-moderna já não é o sentimento de culpa neurótico que define o sujeito, mas um sentimento de onipotência, quando se é bem-sucedido, ou de total impotência, quando se é mal-sucedido. Dito de outra forma, a vergonha (para consigo mesmo) substituiu os sentimentos de culpa (para com os outros)... Sem referências para poder fundar uma anterioridade e uma exterioridade simbólicas, o sujeito não consegue expandir-se em espacialidade e em temporalidade suficientemente amplas. E fica assim grudado a um presente no qual tudo se joga.”
Dany-Robert DUFOUR*
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/dufour.htm
Sobre o divino mercado
Afirma Dufour: "O novo sujeito que hoje se apresenta é acrítico e pós-neurótico". Compreender não lhe interessa mais, é algo que, antes disso, o entedia. O mercado promete atender a cada um de seus apetites - logo, em vez de reter as pulsões, ele as "resolve" com o vício, o mais frequente deles por drogas. Esse novo sujeito, acrescenta Dufour, "é levado a adotar condutas perversas (instrumentação do outro em função de seus gozos e interesses pessoais)". E, consequência final, "se ele não consegue fazer isso, ele se deprime, o que acontece frequentemente".
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